Todo o batizado é vocacionado.
A vocação específica é uma descoberta pessoal. É difícil explicar o porquê desta ou daquela vocação. O mistério da vocação se enraíza no diálogo íntimo e indizível entre Deus que chama e a nossa liberdade, que é seduzida e consente.
Todos têm seu lugar e sua vocação específica na Igreja. Deus providencia que todos se realizem vocacionalmente e contribuam na construção do Reino com seus dons e capacidades.
“Nenhuma vocação nasce por si, nem vive para si.
A vocação brota do coração de Deus e germina na terra boa do povo fiel, na experiência do amor fraterno”
(Papa Francisco)
Cristão Leigo
A Igreja vive e é dinamizada por uma variedade de ministérios, carismas e serviços. O Concílio Ecumênico Vaticano II nos lembra: “O sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial ou hierárquico, embora se diferenciem essencialmente e não apenas em grau, ordenam-se mutuamente um ao outro; pois um e outro participam, a seu modo, do único sacerdócio de Cristo” (LG, n. 10).
Há uma participação extraordinária de cristãos leigos na Igreja. São mulheres e homens que ajudam na construção do Reino da verdade, da graça, do amor e da paz, e assumem serviços e ministérios que tornam a Igreja consoladora, samaritana, profética, serviçal e maternal.
O Cristão leigo é um sujeito eclesial, pois vive a fé em Cristo, testemunha o amor à Igreja, serve os irmãos e irmãs, permanece na escuta obediente à inspiração do Espírito Santo e tem coragem, criatividade e ousadia para dar testemunho de Cristo.
Muitos seguidores de Jesus são cristãos leigos engajados e atuantes na Igreja de Cristo. Os cristãos leigos podem receber o sacramento do Matrimônio e constituir família. Há os que optam pela vocação de Leigos consagrados e os que permanecem solteiros. Independentemente da opção, todos têm lugar na Igreja e encontram espaço para servir e viver a sua vocação e missão.
Vida Consagrada Religiosa
O chamado à vivência radical do batismo se expressa através da Vida Consagrada Religiosa, que tem suas raízes no primeiro século d.C., quando homens e mulheres se instalaram no deserto para viver a radicalidade do seguimento de Jesus como eremitas. Ao longo da História da Igreja a Vida Religiosa foi assumindo novas expressões e respondendo aos desafios de cada tempo e lugar.
Irmãos e Irmãs de Vida Consagrada Religiosa assumem um estilo de vida pobre, casta e obediente, a exemplo de Jesus. Vivem em comunidade e participam da missão da Igreja através do seu testemunho profético e do seu trabalho na construção do Reino de Deus. Os vocacionados ao seguimento radical de Jesus podem pertencer a Institutos Seculares ou a Congregações Religiosas. As Congregações Religiosas podem ser de vida contemplativa ou de vida ativa. Cada uma delas possui um carisma próprio que a identifica e a distingue das demais.
Ministério Ordenado
Entre os cristãos, há os que são chamados para servirem a Igreja e o povo de Deus como ministros ordenados. São os diáconos, os presbíteros e os bispos, homens vocacionados a viver a missão do bom Pastor que cuida do rebanho de Deus.
O diácono permanente é simultaneamente pai e esposo, exerce uma profissão civil e se consagra à comunidade eclesial pelo sacramento da Ordem. A vocação do diácono possui três grandes dimensões: familiar, profissional e eclesial. Embora com desafios próprios, essas dimensões contribuem positivamente para a realização da vocação diaconal.
O sacerdote ou padre participa intimamente da missão de Cristo que é animar a comunidade, anunciar a palavra de Deus, celebrar a Eucaristia e a reconciliação, e organizar os serviços da comunidade: catequese, liturgia, pastoral da saúde, pastorais sociais, etc.
Para exercer este ministério é necessário ser chamado por Deus e aceito pela Igreja. Trata-se de uma especial vocação a ser discernida e cultivada carinhosamente. A vocação ao sacerdócio é um dos sacramentos da Igreja.
Os sacerdotes diocesanos também são chamados de seculares. Eles estão diretamente ligados a uma Diocese e prestam obediência ao Bispo. E existem os sacerdotes religiosos que pertencem a uma Ordem, Congregação ou Instituto. Vivem em comunidades inspirando-se no Carisma do Fundador.
O bispo é responsável pela Igreja local a ele confiada, assim como é corresponsável pela Igreja universal. O bispo exerce a sua missão em comunhão com toda a Igreja e segue a orientação do Papa, que é bispo de Roma.
O bispo é chamado a ser testemunha fiel de Jesus, que pessoalmente o chamou à Sua intimidade e o envia em missão. É papel do bispo ser sinal de unidade entre os cristãos e pastor.
A sagração episcopal confere ao bispo a tarefa de santificar, ensinar e governar a Igreja que lhe é confiada. O Concílio Vaticano II assim se expressa: “Os Bispos, pois, com seus auxiliares, os presbíteros e diáconos, receberam o encargo de servir a comunidade, presidindo no lugar de Deus ao rebanho do qual são pastores, como mestres da doutrina, sacerdotes do culto sagrado e ministros do governo” (LG n. 20).